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domingo, 31 de outubro de 2004

A vida aos 10 anos:
O que mudou entre duas gerações

GERAÇÃO HEIDI
Têm hoje 30 anos, ou à volta disso.
Chamavam-se Anas Tudo (especialmente Cristina, Filipa, Rita ou Sofia).
As outras eram Carla, Sandra ou Sónia.
Os rapazes eram João Tudo (geralmente Pedro, Nuno ou Paulo) ou Luís Miguel.
Muitas mães eram domésticas, e levantavam-se mais cedo para enfiarem almôndegas à força nos termos da escola. As que não eram, andavam muito ocupadas nas manifestações e davam dinheiro para comer na cantina.
Principal preocupação dos pais: que os filhos dessem em doutores.
Pequeno-almoço: papa de qualquer coisa, se possível com leite gordo e muito açúcar, ou então café com leite.
Lanche: uma carcaça mole ensopada de doce de morango ou marmelada.
Comida da cantina: carne assada com massa, bife com massa ou jardineira.
Levava-se para a escola uma mochila verde tipo tropa com fechos de cabedal que encaracolavam no segundo dia e com inscrições dos grupos favoritos: Duran Duran, Spandau Ballet. Havia uma régua espetada nos dias das aulas de desenho. Pesavam toneladas.
Não se conseguia encontrar os livros escolares. Estavam sempre esgotados porque eram os mesmos para toda a gente.
Havia quem os forrasse para passarem para o irmão mais novo no ano seguinte.
Na papelaria da esquina comprava-se 1 embalagem de marcadores, 1 afia, 1 borracha, 1 esquadro e era suposto que desse para todo o ano.
Na ginástica, usava-se sapatilhas brancas e fatos de treino azuis escuros, encarnados ou verdes com uma risca branca e uns fechos muito desconfortáveis que faziam uma marreca à frente. E andava-se com aquilo o dia todo.
Nas aulas faziam-se cadernos de autógrafos a dizer: " Nas ondas do teu cabelo, ensinaste-me a nadar / Agora que estás careca, ensina- me a patinar".
Passavam-se papelinhos.
Nas férias iam para casa dos avós ou eram deixados à balda.
Vestia-se aquilo que viesse à mão: blusas verde-eléctrico com golas de bico, calças de bombazina com joalheiras.
As meninas podiam ter aplicações de malmequeres de pano, vestiam saias de pregas sem nenhuma forma e sapatos rasos com lacinhos. Ambos: pull-overs às riscas, camisolas tricotadas pelas mães dois números acima, kispos (que deveriam durar quatro anos, no mínimo), galochas amarelas e botas caneleiras.
Não havia a Zara.
Era normal ser-se muito feio com 10 anos.
Trocavam-se cromos das Maravilhas da Natureza, da Kate Greenaway ou da caderneta do campeonato de futebol.
Em casa brincava-se às bonecas, aos carrinhos e com os bonecos dos estrunpfes.
Jogava-se ao jogo da Glória e ao Monopólio.
Batia-se nos irmãos.
Com os amigos, andava-se de skate, jogava-se ao elástico, o bate-pé e ao quarto-escuro. Alguns ficavam na rua a tarde toda a jogar à bola e a andar de bicicleta.
Lia-se: "A Condessa de Ségur", os "Cinco", as "Gémeas no Colégio de Santa Clara" e a Patrícia, a Mónica, a Mafaldinha e o Astérix. Os rapazes liam o Michel Vaillant.
Na televisão via-se a "Abelha Maia", a "Água Viva" e o "Espaço1999" (em reposição contínua), O Vasco Granja com desenhos animados checoslovacos que ensinavam atravessar a rua, a Pantera cor-de-rosa e o professor Baltazar.
Aos domingos, o Júlio Isidro, o "Sítio do pica-pau amarelo", "Dallas", "Homem da Atlântida", os "Marretas" e os "Anjos de Charlie". No cinema: "7 noivas para 7 irmãos", "Sissi", "ET", a "Musica no coração" pela milionésima vez, e "Os malucos" em outras fases da sua existência.
Ídolos: O Chalana, os Queen, Duran Duran, Bruce Springsteen, Brian Adams, Sheena Easton e Bob Geldolf.
O que se vai recordar: esfregar a sola dos sapatos novos no passeio, a bola da comida de termo no prato, Verdade ou Consequência, Os Porcos no Espaço, a tiara de lata da Super mulher, as barbatanas entre os dedos do Patrick Duffy e os pacotes de Belinhas.

GERAÇÃO POKÉMON

Têm hoje 10 anos ou por volta disso.
Chamam-se Joana, Inês e Filipa. Ou então, Marta, Mariana, Madalena ou Rita, sem falar na Cátia e na Vanessa, claro. Os rapazes são André, Tiago, Bernardo, Fábio ou Marco.
As mães trabalham até às 8 da noite, passam duas horas paradas no tabuleiro da ponte a ouvir a Rádio Nostalgia ou a pensar na vida e sabem que descongelar é uma arte.
Principal preocupação dos pais: que os filhos não dêem em drogados.
Pequeno almoço: qualquer coisa que tenha crocante, chocolate e brinde escrito no mesmo pacote.
Lanche: donuts, batatas fritas, tiras de milho frito ou snacks de chocolate.
Comida da cantina: carne assada com massa, frango com massa ou bife com massa.
Levam para a escola uma mochila de rodinhas. Ou, então, mochilas impermeáveis de marca, pretas ou azuis-escuras.
Continuam a pesar toneladas.
Em Setembro vão ao corredor do hipermercado que diz "Regresso às Aulas" e compram milhares de canetas, aguarelas e lápis de cera. Têm coisas sofisticadíssimas dentro do estojo, principalmente as meninas: borrachas com cheiro a tangerina, elásticos e fitas do cabelo, autocolantes minúsculos e pulseiras.
Na ginástica, as meninas vestem tops e calças de lycra. Os rapazes, calções.
Ambos: ténis com sola fluorescente e que não digam "Made in Indonésia".
Nas aulas jogam Gameboy e mandam mensagens pelo telemóvel.
Nas férias vão para campos de férias moer o juízo dos animadores ou passam 15 dias em Inglaterra a estudar Inglês. Os mais sortudos vão para casa dum amigo.
Ambos vestem calças e sweat-shirts com t-shirt por baixo e ténis em camurça.
As meninas usam brincos, pulseiras, borboletas autocolantes para espetar no pescoço, molas, ganchos, malinhas, gel fluorescente. Há calças especiais para meninas, mais justas em cima. Todos os anos (algumas todos os dias) têm roupa nova.
Conhecem-se as tendências internacionais.
Há marcas que usam e outras que só por cima do seu cadáver.
Dois anos depois, tornam-se dread.
Trocam-se cartas do Pokémon e brindes de pacotes de batatas fritas.
Quem pode, joga computador e fala num chat da Internet até às 4 da manhã.
Bate-se nos irmãos.
Nunca se brinca na rua porque se pode ser raptado por um pedófilo.
O tempo que não se está na escola, está-se no inglês, na natação, no taekondo, no kickboxing ou, então, em casa a olhar para o ar.
Lêem a colecção "Uma aventura" e outros autores portugueses. Os "Arrepios". "O clube das Amigas". Os mais intelectuais já se atiram ao Harry Potter.
Na televisão vêem tudo o que os adultos vêem. Filmes de terror e desenhos animados (às vezes são a mesma coisa).
O "Ranger do Texas", o "Querido Professor", o "Zip Zap" e os
programas de videoclips. Há quem ainda veja o "Batatoon" por saudades, embora não confesse. Quem tem TV cabo ainda vê o Cartoon Network e o Panda.
Muitos têm toneladas de cassetes com filmes da Disney.
No cinema vêem "O professor chanfrado", "Missão impossível", e tudo o que tenha um carro a perseguir um camião (os rapazes) e Tom Cruise a perseguir quem quer que seja (as meninas).
Ofendem-se quando os querem levar aos desenhos animados, embora depois gostem.
Ídolos: o Figo, os Anjos, os d´Arrasar, o Miguel e o André.
Também há a Britney Spears e a Jennifer Lopez, os Backstreet Boys e todas as bandas de adolescentes que pareçam agricultores suecos do século XVIII.
O que se vai recordar: ainda não se sabe.
Embora alguns falem no cheiro dos ténis do irmão.

sábado, 30 de outubro de 2004

O Amor pelo FCP


Com muita sorte um Portista conseguiu arranjar bilhetes para a Final da Taça UEFA em Sevilha, pois os bilhetes encontravam-se esgotados já á varias semanas.
Ele senta-se logo a seguir a outro homem que está sozinho e pergunta-lhe se está alguem sentado ao lado dele, pois o lugar encontra-se vazio:
- Não! - respondeu o homem - O lugar está vazio
- Isto é incrivel - disse o primeiro - Quem é que no seu juizo perfeito teria o bilhete desse lugar para este jogo, e não o usaria ??!!!!
O Homem responde:
- Na realidade, o lugar pertence-me. A minha mulher era suposto vir comigo, mas faleceu, esta é a primeira final que nós não vemos juntos desde que casamos.
- OÓh!, lamento ouvir isso, de facto deve ser terrivél para si. Mas não podia encontrar mais alguém para entregar o bilhete, um amigo... um familiar ... ou até mesmo um vizinho ?
O homem abana a cabeça em sinal de negativo - Não, estão todos no funeral!

sexta-feira, 29 de outubro de 2004

Carta à Optimus

Simplesmente espectacular!
Vale a pena ler
Esta carta foi enviada por um cliente Optimus. A Carta abaixo indicada é verídica e foi enviada por um devedor a uma das várias Lojas Credoras (conforme ele mesmo informa na sua carta)

Prezados Senhores,
Esta é a oitava carta jurídica de cobrança que recebo de Vossas Senhorias... Sei que não estou em dia com os meus pagamentos. Acontece que eu estou a dever também noutras lojas e todas esperam que eu lhes pague. Contudo, os meus rendimentos mensais só permitem que eu pague duas prestações no fim de cada mês. As outras ficam para o mês seguinte. Estejam cientes de que não sou injusto, daquele tipo que prefere pagar a esta ou aquela empresa em detrimento das demais. Não! Todos os meses quando recebo o meu ordenado, escrevo o nome dos meus credores em pequenos pedaços de papel, que enrolo e coloco dentro de uma caixinha. Depois, olhando para outro lado, retiro dois papéis, que são os dois "Sortudos" que irão receber o meu rico dinheirinho. Os outros, paciência. Ficam para o mês seguinte. Afirmo aos Senhores, com toda certeza, que a sua empresa vem constando todos os meses na minha caixinha. Só não vos paguei, ainda, porque os Senhores estão com pouca sorte.
Finalmente, faço-lhes uma advertência:
Se os Senhores continuarem com essa mania de me enviar cartas de cobrança ameaçadoras e insolentes, como última que recebi, serei obrigado a EXCLUIR o nome da vossa Empresa dos sorteios mensais...

terça-feira, 26 de outubro de 2004

Para quem acha que percebe de parentescos...

"Exmº Senhor Ministro da Defesa Nacional

Venho deste modo explicar-lhe uma situação delicada que tem vindo a ocorrer, de maneira a poder obter um eventual apoio vindo de Vossa Excelência.
Tenho 24 anos, e fui esta semana chamado para ir à tropa.
Sou casado com uma viúva de 44 anos, mãe de uma jovem de 25 anos, da qual sou padrasto. O meu pai, por seu lado, casou-se com essa jovem em questão. Neste momento, o meu pai passou a ser o meu genro, uma vez que se casou com a minha filha.
Deste modo, a minha filha ou, chamemos-lhe, enteada, passou a ser a minha madrasta, uma vez que é casada com o meu pai. A minha esposa e eu tivemos, no mês passado, um filho. Esse filho tornou-se o irmão da mulher do meu pai, portanto o cunhado do meu pai.
O que faz com que seja o meu tio, uma vez que é o irmão da minha madrasta. O meu filho é, portanto, o meu tio... A mulher do meu pai teve no Natal um rapaz, que é ao mesmo tempo o meu irmão, uma vez que ele é filho do meu pai, mas o meu neto por ser o filho da minha enteada, filha da minha esposa. Desta maneira sou o irmão do meu neto!!...
E como o marido da mãe de uma pessoa é o pai da mesma, verifiquei que sou o pai da minha esposa, e o irmão do meu filho.
Resumindo: sou o meu avô!!! Deste modo, Sr Ministro, peço-lhe que estude pacientemente o meu caso, porque a lei não permite que o pai, o filho e o neto sejam chamados à tropa na mesma altura.
Agradecendo antecipadamente a sua atenção, mando-lhe os meus melhores cumprimentos."